Nunca pensei tantas vezes na palavra Nunca como nas últimas
horas, tenho vontade de dizer Nunca a tantas coisas que parece que a palavra me
esta martelada no cérebro.
Nunca mais vou fazer isto.
Nunca mais vou dar confiança a esta e àquela.
Nunca mais confio em ninguém que não conheça bem.
Nunca mais digo nada sem pensar duas vezes.
Nunca mais me envolvo neste assunto.
Nunca mais vou pensar neste assunto.
E terminando isto começa o loop mais ou menos pela mesma
ordem.
Houve um tempo em que por esta altura já teria feito mil e
uma coisas para atormentar as pessoas que de alguma forma me atormentam, mais
por minha causa do que por causa delas e é aí que reside o tormento.
Se Nunca na vida estive tão descontraída e aberta a fazer
novas amizades, também Nunca na vida conheci tantas pessoas más ao mesmo tempo.
E calha-me logo na rifa um monte de pessoas que não dão ponto sem nó.
Pessoas que empregam as mais variadas e elaboradas
estratégias de manipulação, intriga e discórdia, sinceramente Nunca pensei que
fosse possível existirem tantas pessoas assim por metro quadrado.
A minha mente automaticamente começa a dissecar todos os
movimentos, todos os olhares, todas as frases e palavras para perceber tudo o
que se passa porque só assim consigo entender realmente o que motivou determinada
atitude destas pessoas.
No meio disto a verdade é que na tentativa de unir toda a
gente acabei por ser afastada de todos. Não há aqui novidade nenhuma, quem dá
as más notícias é quem atura sempre a má reação de quem as recebe, o intermediário
é sempre quem fica pior na fotografia, é sempre a ele que associam as más
notícias por melhor que sejam as suas intenções.
A realidade às vezes
é tão dura que custa a aceita-la, arranjamos mil e uma desculpas, justificações
e histórias para explicar atitudes que nos prejudicaram mas que acreditamos não
terem sido intencionais. O grande problema é que quanto mais demoramos a
aceitar a realidade mais nos custa lidar com ela depois.
E é isso mesmo o meu problema não sei bem como lidar com
esta situação, quer dizer eu sei, a minha razão ainda consegue conter-me e sei
que o melhor a fazer é ignorar mas o que fazer com a raiva e a vontade que
tenho de espetar dois estalos a cada uma dessas pessoas? E a vontade que tenho
de espetar um estalo a mim própria? Especialmente depois de o meu marido me ter
avisado.
Se há algo que detesto é tentarem fazerem de mim parva,
usarem-me e depois fazerem de conta que isso é normal, não há paciência para
este tipo de criança. Se fossem realmente crianças a coisa era fácil, era
coloca-las de castigo, mas como são adultos não será assim tão fácil. Eu já me
lembrei de uns castigos mas não será essa atitude correta a ter.
A verdade é que quando um grupo se parte, não adianta querer
juntar toda a gente, não adianta tentar uni-lo, está partido, está quebrado e
não adianta colocar supercola 3, ele voltará a quebrar à mínima vibração. Querer
ficar de bem com toda a gente, por mais diplomata e correto que se seja não é
possível. É como quando temos um casal amigo que termina uma relação podemos
querer ficar amigos dos dois, mas é muito difícil consegui-lo, especialmente se
a história terminou a mal, mais tarde ou cedo iremos acabar por tomar mais as
dores de um do que do outro.
A minha vontade é desaparecer, simplesmente Nunca mais me
voltar a cruzar com nenhum dos intervenientes. Novamente a palavra Nunca. E já
agora bloqueá-los nas redes sociais para não ter de os ver nem à distância.
Isso seria relativamente fácil se não levantasse 3 problemas
graves:
- Mudar alguns hábitos e deixar de frequentar alguns locais,
coisas que gosto de fazer e locais de gosto de visitar.
- Afastar-me de algumas pessoas que estão no grupo que nada
de mal fizeram, algumas delas nem sonham com o que se passa.
- Não posso bloquear as pessoas porque estão numa página e
grupo que administro.
À primeira vista a solução mais fácil seria falar com as
pessoas envolvidas, falarei a seu tempo com as pessoas X de uma das partes, terá
de ser uma conversa franca e cara a cara, as pessoas Y da outra parte que
usaram da minha boa-fé para atacarem a parte X essas nem sequer valem a pena o
esforço.
Por outro lado a minha vontade é deixar as coisas fluírem e
deixar que as pessoas X se apercebam que as Y que pela frente lhes batem a pala
são as que depois dizem que a opinião delas não conta.
É que na volta a dar mais noticias ainda fico mal novamente
na fotografia de família.
Não, não adianta virem agora com falinhas mansas, o estrago
é demasiado extenso para se curar com meia dúzia de frases feitas cheias de
palavras vãs.
As palavras levam-nas o vento, as atitudes é que revelam o
nosso verdadeiro ser e eu Nunca mais quero estar com pessoas que dizem coisas simpáticas
e depois as suas atitudes demonstram o contrário.
O que mais me chateia é que não consigo deixar de pensar que a culpa é
minha, por não ter estado atenta aos sinais, por ser simpática demais, por
pensar que poderia ter agido de forma diferente.
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