E eis que a nova tendência são os “Dad Bod”, esqueçam os
metrosexuais, os lumbersexuais parece que agora nos querem fazer acreditar que
o que está na moda são os Dad Bod que são descritos como sendo homens com um corpo
pouco moldado, porque só vão ao ginásio quando lhes apetece e que apreciam um
bom petisco. Esta descrição foi apresentada pela primeira vez por Mackenzie
Pearson, uma universitária de 19 anos no seu blogue.
Eu não tenho nada contra quem gosta de homens com corpo de
pai de família, o que me irrita são as justificações que dão para isso:
“We don't
want a guy that makes us feel insecure about our body. We are insecure enough
as it is. We don't need a perfectly sculpted guy standing next to us to make us
feel worse.”
“We want to
look skinny and the bigger the guy, the smaller we feel and the better we look
next to you in a picture”
“He's not
scared of a cheat meal because he eats just about anything and everything.”
“We know
what we are getting into when he's got the same exact body type at the age of
22 that he's going to have at 45.”
Brian Moylan escreve um artigo na Time em que classifica a
designação como uma atrocidade sexista e não poderia estar mais de acordo com
todo o artigo, que podem ler aqui.
As razões apresentadas para se gostar de um homem com este
tipo de corpo são todas baseadas em premissas parvas e estúpidas, vou escolher um
homem não fit porque assim não me sinto mal de bikini ao pé dele, porque assim
já sei como será aos 45 anos e porque assim posso comer porcaria à vontade que
ele não reclama.
E vai mais longe diz mesmo que assim a mulher é de certeza o
elemento mais bonito do casal, o mais magro e o mais fit. Pelos vistos os
homens podem desleixar-se à vontade mas as mulheres não, porque as mulheres
medem-se pela beleza, nos homens isso não interessa para nada.
Mais uma vez as mulheres são o seu próprio carrasco preferem
escolher homens que despertem menos atenção das outras mulheres, menos concorrência,
assim têm menos probabilidade de ficarem sem eles, depois tentam manter-se e
sentir-me mais bonitas e mais cuidados que eles, ao fazerem com que sentam que
são de uma liga superior, acham que assim eles pensarão duas vezes antes de as
trocarem já que elas são nitidamente areia de mais para o camião deles.
O mais ridículo de
tudo é acharem que isto é um conceito novo, próprio da idade acham que
descobriram o Santo Gral, não, não descobriram esta estratégia é velha,
ultrapassada e sexista.
Se tradicionalmente a tendência de a mulher se cuidar mais
do que o homem, era uma situação meramente cultural que advinha da conjugação
de vários fatores:
- Tendência natural que a mulher tem em querer aparecer bonita,
bem vestida e arranjada.
- Maior valorização dos homens nas características físicas na
escolha da mulher, beleza do rosto, tipo de corpo e a sua elegância.
- Menor valorização da mulher nas características físicas do
homem, maior valorização do seu estatuto, capacidade de prover, personalidade,
planos para o futuro e forma como a trata e como trata as pessoas em seu redor.
Esta cultura é herdada ainda dos tempos em que apenas os
homens trabalhavam e que os atributos das mulheres passavam pouco pelo seu intelecto
e muita mais pelos seus atributos físicos e habilidades domésticas.
Nos dias de hoje colocar-se esta questão é regredir anos em termos
de sexismo e comparação ente sexos, é rebaixar a mulher a objeto sexual e é um
conceito tão fútil que me dá voltas ao estomago.
Escolher um parceiro porque ele me faz parecer bem nas fotos
é a coisa mais absurda que eu já ouvi/li.
Eu não tenho dúvidas a culpa de os homens nos verem como
objetos é das mulheres e desengane-se quem pensa que é das mulheres fit porque
essas procuram normalmente parceiros fit e exigem deles um estilo de vida saudável.
A culpa é das que fazem dietas malucas, das que comem que
nem loucas e culpam a genética pelos kg a mais, das que dizem que as louras são
burras, que as altas são escadotes, que as magras são esqueletos e que as
gordas são baleias.
Enquanto não aprendermos a respeitar-nos umas às outras os
homens já mais nos respeitarão.
Não somos apenas um objeto decorativo numa relação!
Somos seres completos, somos muito mais do que um estrutura óssea
com carne e pele, temos personalidade, inteligência, vontade e pensamentos
próprios, projetos, planos, sonhos e objetivos, temos a nossa própria agenda, o
nosso valor reside no nosso intelecto e na nossa capacidade relacional não no vasilhame
que transporta as nossas emoções, sentimentos, alegrias e tristezas.
Sem comentários:
Enviar um comentário