terça-feira, 11 de agosto de 2015

Paradoxo da Mente



Não gosto de regras, de rotinas, nem de obrigações.
Gosto de acordar quando já não tenho sono e gosto de dormir quando tenho os olhos cansados.
Gosto de trabalhar por gosto e não por obrigação e gosto de laborar quando tenho disposição e não por imposição.
Como um artista só cria quando está inspirado o meu cérebro e o meu corpo só me obedecem quando estão em sintonia com o meu espírito.
As conversas surdas que acontecem na minha mente são verdadeiras batalhas entre o racional e o irracional, entre o anjo e o diabo.
Uma voz que diz acorda tens de ir trabalhar e a outra que diz dorme mais um pouco a vida não é só trabalho.
Um sussurro que diz termina esta tarefa agora e um murmúrio que contrapõe deixa isso para depois, lê agora aquele livro que tanto queres ler.
Às vezes sinto que vivo em constante contradição, sei que tenho que fazer algo mas parece que uma força invisível me impede de o fazer.
Essa força só deveria manifestar-se quando faço algo contra a vontade, quando executo alguma coisa que não gosto, isso seria o ideal.
O problema, o grande problema é que por vezes essa força ataca até o que gosto de fazer, talvez para me recordar que as coisas prazerosas que faço não compensam as desagradáveis.
Não se trata de infelicidade, trata-se de obrigações, obrigações que as tentemos relativizar acabam sempre por beliscar os nossos sonhos e torna-los cada vez mais longínquos.

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