sexta-feira, 20 de março de 2015

As minhas séries #2







House of Cards
Não a melhor série de sempre (é uma das melhores) mas tem, sem sombra de dúvidas, a melhor personagem de sempre – Frank Underwood!
A personalidade deste personagem é fascinante, a astucia, inteligência, a capacidade de manipulação, de planeamento e antevisão é simplesmente avassaladora.
É claro que ele não é nenhum menino do coro, nada disso é má pessoa, não mede meios para atingir os fins a que se propõe e atropela quem quer que seja que se atravesse no seu caminho.
Adoro especialmente a capacidade dele em transformar inimigos em aliados, não é fácil, é necessário muitas vezes resistir à tentação de acabar com eles em vez de os manipular como trunfos.
Todos nós temos um bocadinho de Frank Underwood, mas a grande maioria de nós sofre de remorsos, sentimentos de culpa e medo da reprovação e por isso resfriamos a nossa vontade de manipularmos. As mulheres por exemplo nascem com o dom da manipulação, mas muitas nunca lhe dão verdadeiramente uso intencional, já que o fazem inconscientemente a miude.
Mas a verdadeira razão de não haverem muitos Frank Underwood é, para além de ser necessário ter uma inteligência emocional acima da média, isso dar muito trabalho. Estarmos constantemente a medir as nossas ações com base nas consequências é complicado, não há lugar para a espontaneidade, para a franqueza e na maioria das vezes para a verdade. Quem quer viver assim? Sociopatas e pessoas que estão tão focadas num objetivo que alienam tudo o resto.
Algumas pessoas conseguem ser assim apenas numa esfera da sua vida, no trabalho encontramos uns quantos Frank Underwood que não olham a meios para atingir os fins, por sorte nossa e azar o deles, a maioria acaba sempre por descurar o próprio trabalho porque perde demasiado tempo a monitorizar o que os outros fazem e um outro Frank Underwood descobre-lhes o capote.
Na vida pessoal a coisa é pior, quando nos deparamos com alguém assim podemos demorar anos a descobrir que estamos a ser manipulados, algumas pessoas nunca chegam a descobrir.
O melhor exemplo são as mães que manipulam os filhos e eles nem se apercebem e acham-nas na maioria das vezes as melhores mães do mundo.
Aconselho vivamente a série não para que aprendam a manipular mas para que reconheçam os sinais de quando estão a ser manipulados.
Para além da personagem genial interpretada pelo não menos genial Kevin Spacey, uma pessoa de má índole mas que leva o espectador a nutrir por ela uma espécie de admiração que faz com que se deseje que consiga, o enredo e os restantes atores prendem-nos ao ecrã do primeiro ao último instante.

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